Yakuza 6 – Retrospetiva Yakuza

Ei, parece que chegámos ao fim dos Yakuza numerados (que saíram no ocidente, calma!), ficando a faltar um último artigo/mês para spin-offs e outras curiosidades. Ainda consigo fazer render o peixe até ao lançamento da sétima sequela!, que ainda tenho de reservar, é verdade…

Uma confissão: eu “obriguei-me” a jogar à série toda quando comprei a edição especial deste Yakuza, mas como não podia saltar logo para o último, peguei no backlog e acabei-os de rajada. Admito que senti um pouco de burnout por jogá-los a todos de seguida, mas o bom suplantou o mal e senti que estava a passar umas boas horas com amigos que vi a crescer e a envelhecer. E eis a premissa deste último jogo: estão todos velhos e adultos. E alguns já com filhos. Este Yakuza tem o subtítulo de The Song of Life (se bem que prefiro a tradução literal, Poem of Life) que se adequa tão bem à mensagem da despedida.

Haruto, nada a ver com Naruto.

É um jogo novo com um motor novo (Dragon Engine), maior, melhor, mais bonito, mas com um escopo mais reduzido. Sabem, depois de dois títulos com quatro, ou mais personagens, e a rebentar pelas costuras, foi bom voltar a jogar só com uma personagem: o nosso Kiryu. Por outro lado, muitas das personagens favoritas foram varridas para baixo do tapete com poucos minutos de antena – e é isto que não consigo perdoar, introduzem novas personagens, que supostamente já existem há anos nos clãs, em vez de desenvolverem as que já conhecemos. Mas é uma picuinhice minha, deixem lá. #justiçapeloAkiyama

Vamos à estória? Vamos à estória. Kiryu ainda está a recuperar do Yakuza 5 (estamos todos…) quando se rende para passar três anos de férias na prisão. O mote perfeito para as coisas descambarem quando sair, como é óbvio. Aquando da sua libertação, os chefões dos Tojo vão presos, os outros clãs salivam por poder, mas isso é secundário quando a Haruka decide desaparecer, deixando para trás um…. bebé. Enquanto o mundo arde à sua volta, Kiryu embarca numa viagem paternal para descobrir onde e o que raio aconteceu à miúda. Mas se há algo comum a todos os Yakuza, é a criançada atrás do tio Kiryu e os sarilhos que o vão encontrar, mesmo quando só quer comprar umas fraldas para o pequeno Haruto. Pouco a pouco, as horas vão puxando os fios de uma conspiração maior que ameaça a estabilidade da política nipónica e se não consegui apreciar este desfecho, à segunda gostei mais porque desde o início que as pistas estavam lá. Este Yakuza é um prato que deve ser repetido para reconhecermos a escrita genial, melhorada ao longo de tantos jogos. Ainda assim, não bate a dos dois primeiros jogos.

Takai Takai!

Há aqui muito de familiar para quem jogou tudo, desde as substories tolas que cortam o drama do enredo, às mil e uma actividades para enterrar tempo, mas agora também podemos alimentar gatos e tomar conta de bebés! Oh, sim!, temos responsabilidades de adulto, não é só andar à tareia. Quando o pequeno Haruto começa a fazer birra, temos de atentar aos sinais para o acalmar, abanar o comando, embalar, sei lá, podem bater nas costas do DualShock a ver se bolsa. Também é uma espécie de reunião para os fãs de Battle Royale, com Kitano e Tatsuya Fujiwara a partilharem o mesmo ecrã.

São estes os detalhes que dão vida à série que já ostenta olheiras, e que grita por inovação. Esta chegou através de um motor de jogo imberbe que foi melhorado nos Kiwami e no Judgment e, em parte, através de uma massiva campanha publicitária no ocidente, com direito a vídeos live action. Não se pouparam e quiseram ir em grande e eu queria que fossem em grande, mas ao bom velho estilo da série, não tiveram coragem para terminar a jornada de uma das personagens mais épicas dos jogos de vídeo, puxando de um deus ex para acabar bem q.b., no entanto, sei de quem chorou baba e ranho nas duas vezes que terminou o jogo. E ainda bem! Eu é que gosto de despedidas dramáticas, pronto.

Alguma coisa que ele não faça?

Mas ainda não nos despedimos! Isto é apenas um até já!

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