A PlayStation 2 celebra hoje o seu 20.º aniversário. Foi no dia 4 de março, de 2000, que a consola da Sony chegou ao mercado japonês, trazendo consigo o início de uma nova geração marcada pelo poder e capacidades do formato DVD. Este foi o primeiro passo para aquela que viria a ser a consola mais vendida da história dos videojogos, com mais de 150 milhões de unidades vendidas, acompanhada por um catálogo não só extenso, como repleto de títulos imperdíveis e impressionantes, que ainda hoje marcam a indústria através de sequelas, reedições e reboots.

A influência da PlayStation 2 é incontornável e é, ainda hoje, a origem de algumas das minhas melhores memórias com a marca da Sony. É uma consola que marcou a minha adolescência e que me deu, tal como a PlayStation original, um palco para expressar os seus gostos e emoções. Irei continuar a falar sobre a PlayStation 2 e os seus jogos durante muitos anos, até que a voz e os dedos me doam, e quero marcar este aniversário com uma lista rápida dos 20 jogos mais interessantes – na minha opinião – do seu catálogo.
Metal Gear Solid 3: Snake Eater
O aperfeiçoar da fórmula e o título da série mais coeso no que toca à jogabilidade e narrativa. Um marco na obra de Hideo Kojima.
God of War 2
Se Kratos não me fascinou à primeira, conseguiu fazê-lo à segunda. Com um início explosivo e um sistema de combate apurado, God of War 2 é um enorme e barulhento filme de ação imparável do princípio ao fim.

ICO
A primeira obra de Fumito Ueda continua a ser, para mim, a mais marcante, com um mundo emocionante, mas igualmente frio e assustador. A demanda de Ico, a sua relação com Yorda e a maldição que os une, não param de me fascinar, tantos anos depois. Destaco ainda a banda sonora tão adorável, como depressiva.
Final Fantasy X
Depois de passar anos a odiar Tidus e tudo o que Final Fantasy X representa, apercebi-me que é um dos meus jogos preferidos da série. Joguei-o na altura certa, no final do ensino básico, e a ideia de peregrinação, de crescimento e aventura ficaram comigo. Tem os seus problemas, mas é tão caloroso que é impossível não me deixar levar pelo seu mundo.

Silent Hill 2
Ainda me lembro da primeira vez que joguei Silent Hill 2, do medo e do fascínio que senti à medida que explorava as ruas vazias da cidade. É um jogo poderoso, o melhor que joguei até hoje, e imperdível para os fãs do género.
Okami
O fim da Clover Studios continua a ser um dos maiores erros da Capcom. Mesmo com a criação da PlatinumGames, composta por ex-membros do estúdio, nunca saberemos o verdadeiro potencial da equipa, que contava com Shinji Mikami e Hideki Kamiya na liderança. Okami é um produto que venceu o teste do tempo e que é, seja na versão original ou remasterizado, obrigatório para os fãs de jogos de aventuras.

Jak & Daxter
Depois de Crash Bandicoot, a Naughty Dog surpreendeu os jogadores com um novo jogo de plataformas que viria a alterar a sua trajetória para sempre. Jak & Daxter é fantástico, com uma jogabilidade intuitiva e com um mundo extenso para explorar, e continua a ser um dos melhores exclusivos da consola. Para mim, suplanta até as suas sequelas.
Ratchet & Clank 2: Locked and Loaded
Se Jak & Daxter nos deu uma experiência mais focada na aventura e nos saltos de cortar a respiração, já Ratchet & Clank apostou no humor e na ação, com a sequela a aumentar a fasquia e a expandir o universo da série. Mais armas, mais níveis, mais planetas e um novo sistema RPG que nos permitia evoluir tanto Ratchet, como o seu armamento. Perfeito!

Resident Evil 4
Shinji Mikami reinventou a série e trouxe-nos aquele que é ainda hoje considerado como um dos melhores jogos de ação e horror. A mudança de perspetiva, a aposta na tensão e em novas mecânicas de combate transformaram Resident Evil 4 num clássico absoluto. Mudou a trajetória da série, mas é, e será sempre, um dos melhores jogos da indústria.
Shadow Hearts
O tempo tem sido cruel para Shadow Hearts e as suas sequelas, mas se procuram um RPG diferente, passado no início do Século XX e com uma tonalidade mais gótica, e um dos sistemas de combate mais inovadores da geração, não percam a oportunidade de o experimentar.

Shin Megami Tensei: Lucifer’s Call (Nocturne)
A PlayStation 2 tem um catálogo extenso de RPGs, desde os mais tradicionais – como Legaia 2: Duel Saga ou Suikoden V – até aos mais experimentais – como Breath of Fire: Dragon Quarter e Okage: Shadow KIng -, mas poucos são os que marcaram a indústria e se transformaram em fenómenos culturais. Lucifer’s Call é um desses jogos, um RPG tão difícil, como hipnotizante e um olhar profundo sobre o que torna o estilo da ATLUS tão único.
Onimusha 2: Samurai’s Destiny
Mais e melhor – assim é Onimusha 2. Depois de um primeiro jogo muito seguro e contido, a Capcom decidiu expandir o universo Onimusha e criar um jogo com mais armas, melhor combate e um mundo repleto de caminhos alternativos e novas personagens secundárias.

Devil May Cry 3: Dante’s Awakening
E por falar em sequelas, Dante’s Awakening foi a boia de salvamento para uma série à beira do colapso. A aposta num estilo mais irreverente e exagerado salvou Dante e companhia, e deu uma segunda vida àquela que é uma das séries de ação mais populares da indústria.
Katamari Damacy
Com um conceito simples e um estilo único, Katamari Damacy apanhou a indústria de surpresa e transformou-se num clássico absoluto, representando, igualmente, a versatilidade e criatividade do catálogo da PlayStation 2.

.Hack//Infection (e sequelas)
Apesar de ser uma série de nicho, com uma jogabilidade muito repetitiva e dividida desnecessariamente por quatro jogos, .Hack// continua a ser uma das minhas preferidas e marcou, sem quaisquer dúvidas, o género durante o seu lançamento. Se gostam de RPGs de ação e adoram o conceito de “jogo dentro de um jogo”, então deem uma oportunidade a esta série.
Prince of Persia: Sands of Time
Uma das minhas maiores surpresas e um dos jogos mais coesos e divertidos do catálogo da PlayStation 2. O controlo do tempo é fantástico, os puzzles são desafiantes e as sequências de plataformas são tão empolgantes, como intensas. É o pacote completo.

Legacy of Kain: Soul Reaver 2
A história de Raziel e Kain leva-nos numa viagem pelo tempo, numa das campanhas mais intrigantes e surpreendentes da série. Com foco nas personagens e nos excelentes diálogos, Soul Reaver 2 é uma experiência cinematográfica, ainda que a jogabilidade não tenha envelhecido tão bem como a narrativa.
Killer 7
Existem poucos jogos como Killer 7, tão seguros do seu estilo e com um mundo e personagens tão peculiares. Foi a primeira vez que me cruzei com Suda51 e foi aqui que nasceu o meu interesse pelos seus jogos. Agora disponível no PC, Killer 7 merece toda a vossa atenção.

Drakengard
É uma escolha estranha, eu sei, mas Drakengard foi um dos jogos que mais joguei na PlayStation 2. Apesar da sua repetição, a história é inesquecível e perturbante. Sem Drakengard, acredito que Yoko Taro nunca teria criado Nier: Automata. A indústria seria mais pobre sem as suas séries.
King’s Field IV
Antes de Demon’s Souls, Dark Souls e Sekiro: Shadows Die Twice, a FromSoftware era conhecida pela série King’s Field e os seus jogos na primeira pessoa. É fascinante olhar para trás e perceber como a série influenciou o trabalho da produtora japonesa, quase 30 anos depois da sua estreia. Depois de três jogos na PlayStation original, King’s Fiel IV estreou-se na PlayStation 2 e trouxe consigo um mundo mais detalhado e soturno, impróprio para cardíacos. Infelizmente, marcou o final da série, mas foi, para mim, uma despedida adequada.
