Ultimamente, há sempre um amigo qualquer que de vez em quando me diz algo do género “epá, vi noutro dia uma notícia sobre a PlayStation 5, um tipo não sei de onde a dizer que deve sair no fim do próximo ano”. Dizem-no assustados, porque não querem estar a dar €400 ou €500 por uma nova consola tão cedo. Não foi um nem dois, foram praticamente todos os meus amigos que jogam FIFA e GTA, e que dão uns toques no CS:GO ao fim-de-semana. Estamos a falar de malta que soma tantas horas de jogo quanto eu, alguns até mais, mas que não seguem nenhum site em particular. Só mesmo o Glitch, quando eu os engano a dizer que publicámos um artigo que eles vão gostar imenso.

Imagino que este zunzum de próxima geração de consolas seja ainda fruto da silly season, da seca de Verão, que leva “jornalistas” a inventarem notícias com base em bitates atirados para o ar por analistas de mercado. A resposta que dei aos meus amigos foi que não acredito que a PlayStation 5 seja sequer anunciada em 2018 para sair em 2019. Nem a Xbox Two… ou One Z… Zero…? Acho que passa a ideia. Não olhei para números de vendas, não tenho informação privilegiada, nem tenho andado atento ao valor das acções da Sony, Microsoft, ou Nintendo.
E porque me sinto tão confiante de que não ouviremos falar de novas consolas em 2018? Porque o Presidente da Sony o disse. Mas para os fãs de teorias de conspiração, aqui fica um argumento mais composto. Indo por partes, o analista que apontou 2018 chama-se Damian Thong e, ao que parece, previu que a Sony apostaria nos modelos Pro e Slim da PlayStation 4. “Pessoa que previu a PS4 Slim” é capaz de ser o título mais vazio à face da Terra, abaixo do recorde de “maior número de colheres num corpo humano“. À excepção da minha avó, que achava que as partidas de FIFA eram transmissões de jogos reais, qualquer pessoa sabia que o modelo Slim era uma inevitabilidade. Quanto à PS4 Pro, não tenho nada a dizer a não ser “Boa, Damian!”

Mesmo comparando com a PS3, a próxima geração de consolas deverá estar a dois anos, na melhor das hipóteses. A PlayStation 4 caminha para o quarto aniversário, e a PS3 somou sete antes da chegada da nova geração, seis se contarem com a Wii U (cada um é livre de acreditar na mentira que quiser). “Mas a última geração foi anormalmente longa,” verdade, e esta teve um upgrade de hardware. A PS4 Pro que Damian Thong viu nos búzios da macumba foi lançada no ano passado, e a Xbox One X este ano. Até podia juntar a Nintendo Switch ao baralho, mas a verdade é que a Nintendo é uma espécie de criança autista, sentada no seu cantinho a abanar-se e a falar sozinha, mas com bons jogos.
Vou arriscar dizer que nem a Sony nem a Microsoft estão a contar os dias para anunciarem a próxima geração de consolas. Porquê? Uma vez mais, porque Phil Spencer, o responsável pela Xbox, confessou que a Microsoft não tem lucro algum com a venda de consolas. É uma estratégia comum, o mesmo se passou com a PlayStation 3 (a Sony inclusive vendia a consola abaixo do preço de custo), sendo que o objectivo é fazer dinheiro a vender jogos e em acordos de exclusividade com outras editoras, o que se torna difícil na passagem de geração, uma vez que não existe uma base sólida de consumidores com as novas consolas.

Especificamente a propósito da possibilidade de vermos a PlayStation 5 no mercado no fim de 2018, há que lembrar que a Sony tem uma mão cheia de jogos de peso a caminho, uns exclusivos e outros multiplataforma, mas com conteúdo (semi) dedicado à PS4. Estou a falar de Red Dead Redemption 2, da Rockstar, e de God of War, The Last of Us Part II e Days Gone, os dois últimos sem confirmação sequer para 2018. Ah, e claro, Dragon Ball FighterZ.
Em vez de ecoarmos palpites infundados, mais interessante seria questionarmo-nos sobre o futuro das consolas. Com tantos serviços emergentes, uns com sucesso e outros não *cofcofPSNowcofcof*, e com uma aposta cada vez mais forte num modelo de microtransacções em jogos de preço inteiro, o que devemos esperar quando chegarem a PS5 e a Xbox S…corpio Zero… 720? Cá para mim, vai tudo à vida e fica só a Nintendo.