Enquanto um tipo chamado Trump (diz que é presidente ou assim) descarta as alterações climáticas como embuste chinês tal qual a pulseira de equilíbrio Power Balance, Portugal está em seca extrema. Fosse outro ano e poderíamos tentar esquecer-nos desta tragédia e de outras, focando-nos no que ainda está para vir para a nossa plataforma de eleição, sonhar com aquele lançamento AAA que estamos à espera desde a E3 anterior (ou há várias *cofcofBelowcofcof*). Mas é 2017, e a segunda metade do ano, de repente, parece deserta.
Poderá o leitor dizer “mas, Duarte, já no próximo mês sai o FIFA e isso vai dar para horas sem fim!” É verdade. Os suspeitos do costume continuam firmes para 2017. Para além de FIFA, há ainda PES, CoD, Just Dance e eu digo “fixe!”, mas eu realmente já não jogo FIFA, a última vez que joguei PES foi em 2010 (e só porque fui obrigado), o último CoD em que peguei foi o primeiro Modern Warfare, e dançar… amigo, nenhum jogo chega para mim #danceoffbitch.

A olhar de raspão para uma lista de lançamentos, tenho de conceder que 2017 não está mal servido. Setembro, por exemplo, abre com Knack II… Ahahahaha! Agora a sério, Setembro tem Destiny 2, Divinity: Original Sin 2, Marvel Vs. Capcom: Infinite e Total War: Warhammer II. Tudo isto antes de chegar Outubro com Middle-earth: Shadow of War, South Park: The Fractured but Whole, Assassin’s Creed #19 (sério…), o novo Wolfenstein que está com boa pinta, o eterno GT Sport, e Super Mario Odyssey, e Novembro com Battlefront II, e Dezembro com… uma expansão de Steep? Isto sem sequer contar com indies como Battle Chasers: Nightwar ou Cuphead.
Confesso que sou eu que sou esquisito. A falta de jogos é mais uma ilusão, um misto de picuinhice pessoal e do adiamento em massa de grandes títulos do que um facto incontornável. Um facto alternativo, vá, uma vez que não há no horizonte nenhuma compra obrigatória para a minha pessoa. É esse o ponto que mais me toca: no meio de tantos jogos de alto gabarito, não há um que me faça perder o sono, seja por não me interessar ou por não ter plataforma para o jogar. Shadow of Mordor foi giro, mas não tenho interesse na sequela; já tive a minha dose de Assassin’s Creed até aos 80 anos; e não vou comprar a Switch só para fazer pirraça ao João Canelo.

Mas em minha defesa, parece-me que a minha falta de entusiasmo é sintomática (não pode ser só culpa minha!). O que sobra de 2017 prepara-se para receber sequelas, expansões e DLC na categoria de jogos AAA. Não há mal nenhum com sequelas, note-se. Do pé para a mão Red Dead Redemption 2 e Beyond Good & Evil 2 são dois títulos que estão na minha lista de “mandem mais vídeos cá para fora, sff”, duas sequelas, também marcadas com o número 2. Mas, pessoalmente, muitas das sequelas chegam com um sentimento de “been there, done that“, e já me cansei de repetir o processo infindável de comprar carteirinhas e vender cromos no FIFA. Vai na volta e sou eu que estou a ficar velho, mas quero algo que me agarre, sequela ou não. E, para mim, pelos vistos, só em 2018.
Enfim, a conclusão ingrata a que chego é que me resta insistir estoicamente em Rain World e ir picando o ponto em For Honor, enquanto anseio pela revelação da próxima expansão de Total War que não seja Warhammer, e por novos vídeos de Dragon Ball FighterZ. Para mal dos meus pecados, tenho de esperar por 2018, quando espero poder jogar aquilo que realmente quero jogar, como Spider-Man, Metro Exodus, God of War e Red Dead Redemption 2. “Não te esqueças de Monster Hunter: World, está mesmo catita!” NÃO, CANELO! FEIO!

E quem lê o Glitch, como está o vosso 2017? Partilhem comigo, pode ser que me dêem ideias.