Enquanto a pesquisa, análise de informação e classificação etária são ferramentas anteriores à compra efetiva de um jogo, as decisões de aplicação de filtros de controlo parental assumem-se como medidas que acompanham todo o processo de utilização do produto – seja o jogo, seja a consola ou dispositivo móvel.
Funcionam como barreiras invisíveis ao consumo dos mais pequenos e ajudam os pais na tarefa de controlar aspetos como compras (integradas ou não), acesso a conteúdos, navegação na Internet, ligação a contas e utilização de outras tantas funcionalidades.
Começando pelas consolas, tanto as plataformas da Sony, como as da Microsoft, oferecem opções de controlo parental. A possibilidade de restringir a utilização de jogos, aplicações ou filmes, une-se a outras como é o caso de criação de contas para crianças e a impossibilidade de aceder a definições de privacidade, como aquelas relacionadas com a segurança online.
Nas plataformas PlayStation a gestão é realizada por níveis de controlo parental divididos por faixa etária, que balizam os conteúdos que podem ser consumidos/visualizados, tendo em conta os sistemas de classificação por idade (valerá a pena (re)ver a explicação do sistema PEGI). Já na Xbox, a utilização de controlo parental pode estender-se ao Windows (e, neste caso, ao controlo no PC*) ou Windows Phone, num sistema integrado de controlo, que funciona com contas de criança (até 18 anos) e adultos e com uma gestão familiar, na qual o adulto controla cada uma das especificidades das contas dos mais pequenos.
Esta referência de controlo no mobile não é inocente e leva-nos à questão da importância da supervisão parental também neste universo. Os jogos mobile são uma forma de entretenimento cada vez mais utilizado pelas crianças, seja pelo o acesso generalizado aos tablets e telemóveis dos pais – incluindo a crescente tendência para entreter os mais pequenos com este tipo de distração – ou pelo modelo de negócio, muitas vezes assente em títulos simples e gratuitos.
Não são novidade as histórias de faturas milionárias provenientes da App Store ou Google Play, nas quais as crianças se deixam levar pela sedução das compras integradas nas aplicações e utilizam os cartões de crédito dos pais, associados às contas no momento do registo. Estas situações são facilmente evitadas com o ativar de certos elementos nas definições das lojas de aplicações.
É, em primeiro lugar, muito importante que se certifique que o dispositivo lhe pede palavra-passe por cada download, seja a aplicação paga ou não, assim como por cada compra integrada dentro da própria app. Em segundo lugar, não dê, nem num momento de desespero – no qual prepara o jantar, resolve um assunto de trabalho e ainda responde qualquer coisa ao companheiro(a) – a password ao seu filho.
As crianças são diferentes e não queremos com isto dizer que não pode confiar no seu filho ou filha, mas devemos compreender que estes gastos estão, muitas vezes, camuflados e a capacidade de discernimento da situação pode ficar em casa. Nem sempre as crianças percebem que estão a realizar compras. Adicionalmente, se tiver sempre de autorizar o download, terá uma melhor noção de que aplicações elas estão a utilizar.
Como na maior parte dos casos, do tema pais, filhos e videojogos, deve imperar o bom senso e a noção de responsabilidade. O papel dos pais nesta relação não se esgota quando o jogo está pago e instalado, vai mais além e é um trabalho continuado, que deve também passar pelo conhecimento e utilização deste tipo de funcionalidades.
*O MAC também inclui opções de controlo parental, no entanto, e por não ser um dos sistemas primordiais para a utilização de videojogos, optou-se por esta menção secundária.